terça-feira, 27 de julho de 2010


DESEJO!

Ainda é primavera...
Faz em mim teu pouso,
Desejo floresce na espera
Meu corpo chora por ti!
Teu amor ...
Tem gosto de terra molhada,
Do fruto doce colhido do pé,
Cheiro de anjo na madrugada,
Roubando meu sono, tirando minha fé!
Teu amor...
Levou meu sossêgo,
Misturou o tormento
Com alegria e prazer...
Enlouqueceu minha calma,
É delícia é tortura...só respiro você!
Vem... colher minhas flores...
Meu corpo fértil te espera,
Vem... plantar em mim teu amor...
Que ainda é Primavera!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 23/11/2007
Código do texto: T749170

quinta-feira, 22 de julho de 2010


CASTELO EM RUÍNAS!

Voltaram os fantasmas...
Passeando entre os escombros,
Ali a vida um dia sorriu,
Hoje são restos, assombros...
entulhos de areia e poeira,
Tudo acabou...Tudo ruiu!
Voltaram os fantasmas,
Gritando por você...
Alma infeliz... Despedaçada,
Respirando miséria e desamor,
Era o próprio Deus no apogeu...
Agora é vazio... É nada,
Morreu no veneno que semeou!
Voltaram os fantasmas...
Gritando por mim,
Que vulnerável anulei a vida
Depois carente e perdida...
Fui vítima de todo o teu mal!
Eles chegaram... Os fantasmas...
Vieram rir da tua sina,
Andaram sobre as pedras que restaram
Adorando te ver entre as ruínas!...

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 07/12/2007
Código do texto: T767951

TOM DE DESPEDIDA

Selvagem amor...
Que faz a alma desabar em cachoeiras
Num ritmo frenético
Formando correntezas
Caudalosas feito um rio...
Que em minha vida passou!
Num roxo amargo tom de despedida
Vi desmoronar os sonhos de uma vida...
Sentindo o gosto ruim da incerteza.
Total fracasso, vazio que ficou!
Selvagem amor
Que carente o coração reclama,
Deixando marcas de caricias em nossa cama
Pra sempre foi e nunca mais voltou!
Doeu dentro do peito...
Uma saudade infinda,
E é no canteiro que te encontro ainda
Amor- Perfeito única flor que não brotou!


Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 15/01/2010
Código do texto: T2032096

quarta-feira, 14 de julho de 2010


GRÃOS DE AREIA!

Agora calma...
Fitava o mar em seu ritmo lento,
As ondas vinham... Quebravam na praia,
Voltavam, levando as brancas espumas ao firmamento,
Assim é a vida...
Frágil grão que o mar leva e traz!
Apenas a alma é eternidade,
Sobrevivente única reduzida...
Em gotas de saudade!
Apagam-se as palavras no tempo,
Sonhos perdem-se ao longo da estrada...
O amor imortal é jogado ao vento,
Esquecido, magoado, traído... É quase nada!
Meus pés afundam na areia morna,
Fim de tarde o sol vai embora...
As ondas apagam as pegadas, deixando as vagas,
Depois voltam ruidosas trazendo alegria...
Enxugando a lágrima da vida que chora!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/2008
Código do texto: T1022916

terça-feira, 13 de julho de 2010




VIAGEM!

Vi-me na menina dos teus olhos
Pequenina
Mergulhei na retina
Guiada em ondas de calor
Viajei no colorido, preto e branco
Nada encontrei
Nem amor!
Cristalizei na lágrima,
Refletida estava
Tua alma nua
Apenas desejo
A boca colada no beijo
Instinto selvagem, realidade crua
Nenhuma emoção ou pudor
Só a carne ardia
Animal insaciável e desconexo
Pedia só sexo e nada de amor
Voei nos teus olhos
Frios, irreais
Nâo havia sonho
Nem bem, nem mal
Duas pedras brilhantes
E dentro delas o amor não existia mais!


Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 13/03/2009
Código do texto: T1484388

PONTO FINAL!

Sei que meu espírito já te conhecia...
De algum país de uma era distante,
Reconheci através da matéria que ardia
Que pra mim eras muito importante...
E que teu coração em pura sincronia
Num tal egoísmo doce calmaria,
Reconhecia em mim
Tua eterna amante!
E entre tantos te senti pelo cheiro de anjo...
De alma gêmea perdida levada no vento
No vazio do corpo ansiando o abraço...
No olhar encontrado paralisado no espaço
Como tocha queimando no furor da paixão...
Eternizada no tempo!
Deixei o amor fluir na magia da hora...
Sem querer perder teus passos,
Nas esquinas da vida onde tudo termina...
Vi por fim que o corpo de nada valia,
Que toda dor a terra destruía,
Deixando o espírito a vagar na imensidão desse céu...
Para um dia reencontrar... Entre as estrelas do universo
Num encaixe perfeito... Você!
Pedacinho que faltava em mim...
Ponto final do meu verso!

Rosário e Adriana Cavalcante

DENTRO DE MIM!

Quando entrares no meu céu...
Atravesse sem olhar as tempestades
Do meu ser...
Pegue carona nos raios de sol...
Que te levarão ao amanhecer!
Não beba da fonte obscura...
Onde se esconde a tristeza....
Nem toque os tons roxos de amargura...
Queimando como larvas de um vulcão...
Resgate dos meus olhos o brilho da lua
E no cantinho desabitado da alma...
Borde de estrelas meu coração!
Quando entrares no meu céu...
Perca-se nos labirintos,
Decifre de mim emaranhados ilegíveis
E introspectos...
Deixe meus sentidos sem sentido
Perdidos ao Léo...
Arranque de mim todos os beijos...
Quando entrares no meu céu!

Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 18/11/2009
Código do texto: T1930476

sexta-feira, 9 de julho de 2010