sábado, 11 de dezembro de 2010


DEUS INTERIOR!

Era uma vez...
Céu claro azul... Risos nas ruas
Canto do vento num sopro quente...
Corpo que libera o ar e o coração sente...
Vida sorrindo... Imensidão!
Era uma vez...
Tempo que vem
Deixando marcas na gente,
Caminhos se cruzam
Adeus e solidão...
Sonhos desfeitos, dias de amargura...
Felicidade apenas momentos
Eterna busca da emoção!
Era uma vez...
Um paraíso na alma
Onde dançam as fadas,
E a luz não apaga...
É lá que moram os anjos
Desejos e amores meus...
Lugar onde vive a saudade...
E me faz respirar a presença de Deus!

Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 22/10/2009
Código do texto: T1881123

terça-feira, 7 de setembro de 2010







Castelo de Areia!

E veio... Assim como o vento,
Passageiro como o tempo
Juntando pedaços de mim
Não decifrou minha alma
E ainda cheio de mágoas
Vi tudo chegar ao fim!
Fiz planos, castelos de areia...
Fui rainha, fada e sereia
Em fantasia encantei!
Mas quando acabou o sonho
Vi meu sorriso tristonho
Desmoronando os jardins
Que no caminho plantei!
E assim chegou a saudade...
Dos beijos colados, corpos suados
Hora do amor...
Meu céu lilás azulado
Chorando pingos de chuva
Esfriou a solidão
Mas há de lembrar que um dia
Fui brisa suave... E poesia
Dentro do teu coração!


Rosário Cavalcante
16/08/2010

terça-feira, 24 de agosto de 2010




UM DIA O ADEUS!

Com você,
As expressões do meu olhar
Exalam desejos,
Anseios de paz,
Candura e ternura.
Minha percepção é clara
E a minha alma é invadida
Pelas armadilhas do amor...

Com você...
Desbravei recantos desertos do meu ser,
Colori as sombras do caminho,
Matei a sede da paixão
E em teu corpo fui beber...
Delícias do prazer,
Com gosto doce de vinho!

Com você peguei carona na nuvem...
Molhada da chuva do inverno
Até que vencida
Aportei no amor que pensei ser eterno!

Mas um dia acordei...

Sem você,
E o brilho dos meus afetos
Tornou-se gelado e sem cor.
Um barco sem rumo
À procura do ausente.
Um gosto de poema pela metade...

Restos de melodia, sobras de amor!

Sem você...
Sem sentido ficou a cama vazia
Chorou a saudade, de raiva e despeito
Quebrou-se a magia no adeus terrível
Ficou o vazio doendo no peito!

Rosário Cavalcante & Marlene Gomes



VIAGEM DE VOLTA!

Fascinada segui os cristais...
Sem tocá-los, olhava a distância
Gotas coloridas na janela...
Formavam espirais;
Voltei a infância...
Andei entre os pingos da chuva,
Vi-me adulta, amarguei decepção!
Fui anjo... mulher,
Fui mãe... fui estrela!
Vi a raiva cegar a lembrança,
Molhando a recordação...
Vi o sonho destruído de uma vida
Dar adeus a ilusão!
Vi também você voltando,
Carente, ferido... coração magoado...
Pedaços da alma em desatino.
Vi a força irônica do destino,
E os pingos em espirais sobre a janela...
Nos levar de volta ao passado!

Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 13/12/2007
Código do texto: T777201

terça-feira, 3 de agosto de 2010


CHORAM OS ANJOS!

Cantem meus anjos, a fera está solta,
Pisando na escura nuvem de raio e trovão...
Magoada, ferida, molhada de chuva,
Recolhendo da vida, restos de ilusão!
Cantem meus anjos, a fera vem vindo...
E o castelo de sonho já desmoronou,
Amarga, atrevida, pisando nas flores,
Em fúria gritando, procura o amor!
Calem-se agora, a fera chegou...
Querendo matar, apenas chorou,
Inverno no corpo, triste vazio...
Chorem meus anjos, a luz apagou!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 26/03/2008
Código do texto: T918008

GOTAS DE ORVALHO!

Olhei as flores de orvalho molhadas...
Natureza viva, presença de Deus!
Inocência sem barreiras, acalentada...
Nos braços infantis, carinhos meus!
No aconchego o encanto, sorriso criança,
Despida de orgulho, de ódio e rancor,
Abria da alma transparente a porta...
Deixando por ela passar o amor!
E hoje, ali parada, admirando o jardim,
Te vi pequenina...ainda em botão.
Lembrei então que fui na infância...
Um pouco do doce do seu algodão!
Mas... o tempo que passa é algoz e senhor,
E a rosa sangra a mão que a afagou;
Pois é assim que meu coração está agora...
Molhado de orvalho...como aquela flor!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 30/10/2007
Código do texto: T716129

terça-feira, 27 de julho de 2010


DESEJO!

Ainda é primavera...
Faz em mim teu pouso,
Desejo floresce na espera
Meu corpo chora por ti!
Teu amor ...
Tem gosto de terra molhada,
Do fruto doce colhido do pé,
Cheiro de anjo na madrugada,
Roubando meu sono, tirando minha fé!
Teu amor...
Levou meu sossêgo,
Misturou o tormento
Com alegria e prazer...
Enlouqueceu minha calma,
É delícia é tortura...só respiro você!
Vem... colher minhas flores...
Meu corpo fértil te espera,
Vem... plantar em mim teu amor...
Que ainda é Primavera!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 23/11/2007
Código do texto: T749170

quinta-feira, 22 de julho de 2010


CASTELO EM RUÍNAS!

Voltaram os fantasmas...
Passeando entre os escombros,
Ali a vida um dia sorriu,
Hoje são restos, assombros...
entulhos de areia e poeira,
Tudo acabou...Tudo ruiu!
Voltaram os fantasmas,
Gritando por você...
Alma infeliz... Despedaçada,
Respirando miséria e desamor,
Era o próprio Deus no apogeu...
Agora é vazio... É nada,
Morreu no veneno que semeou!
Voltaram os fantasmas...
Gritando por mim,
Que vulnerável anulei a vida
Depois carente e perdida...
Fui vítima de todo o teu mal!
Eles chegaram... Os fantasmas...
Vieram rir da tua sina,
Andaram sobre as pedras que restaram
Adorando te ver entre as ruínas!...

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 07/12/2007
Código do texto: T767951

TOM DE DESPEDIDA

Selvagem amor...
Que faz a alma desabar em cachoeiras
Num ritmo frenético
Formando correntezas
Caudalosas feito um rio...
Que em minha vida passou!
Num roxo amargo tom de despedida
Vi desmoronar os sonhos de uma vida...
Sentindo o gosto ruim da incerteza.
Total fracasso, vazio que ficou!
Selvagem amor
Que carente o coração reclama,
Deixando marcas de caricias em nossa cama
Pra sempre foi e nunca mais voltou!
Doeu dentro do peito...
Uma saudade infinda,
E é no canteiro que te encontro ainda
Amor- Perfeito única flor que não brotou!


Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 15/01/2010
Código do texto: T2032096

quarta-feira, 14 de julho de 2010


GRÃOS DE AREIA!

Agora calma...
Fitava o mar em seu ritmo lento,
As ondas vinham... Quebravam na praia,
Voltavam, levando as brancas espumas ao firmamento,
Assim é a vida...
Frágil grão que o mar leva e traz!
Apenas a alma é eternidade,
Sobrevivente única reduzida...
Em gotas de saudade!
Apagam-se as palavras no tempo,
Sonhos perdem-se ao longo da estrada...
O amor imortal é jogado ao vento,
Esquecido, magoado, traído... É quase nada!
Meus pés afundam na areia morna,
Fim de tarde o sol vai embora...
As ondas apagam as pegadas, deixando as vagas,
Depois voltam ruidosas trazendo alegria...
Enxugando a lágrima da vida que chora!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 06/06/2008
Código do texto: T1022916

terça-feira, 13 de julho de 2010




VIAGEM!

Vi-me na menina dos teus olhos
Pequenina
Mergulhei na retina
Guiada em ondas de calor
Viajei no colorido, preto e branco
Nada encontrei
Nem amor!
Cristalizei na lágrima,
Refletida estava
Tua alma nua
Apenas desejo
A boca colada no beijo
Instinto selvagem, realidade crua
Nenhuma emoção ou pudor
Só a carne ardia
Animal insaciável e desconexo
Pedia só sexo e nada de amor
Voei nos teus olhos
Frios, irreais
Nâo havia sonho
Nem bem, nem mal
Duas pedras brilhantes
E dentro delas o amor não existia mais!


Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 13/03/2009
Código do texto: T1484388

PONTO FINAL!

Sei que meu espírito já te conhecia...
De algum país de uma era distante,
Reconheci através da matéria que ardia
Que pra mim eras muito importante...
E que teu coração em pura sincronia
Num tal egoísmo doce calmaria,
Reconhecia em mim
Tua eterna amante!
E entre tantos te senti pelo cheiro de anjo...
De alma gêmea perdida levada no vento
No vazio do corpo ansiando o abraço...
No olhar encontrado paralisado no espaço
Como tocha queimando no furor da paixão...
Eternizada no tempo!
Deixei o amor fluir na magia da hora...
Sem querer perder teus passos,
Nas esquinas da vida onde tudo termina...
Vi por fim que o corpo de nada valia,
Que toda dor a terra destruía,
Deixando o espírito a vagar na imensidão desse céu...
Para um dia reencontrar... Entre as estrelas do universo
Num encaixe perfeito... Você!
Pedacinho que faltava em mim...
Ponto final do meu verso!

Rosário e Adriana Cavalcante

DENTRO DE MIM!

Quando entrares no meu céu...
Atravesse sem olhar as tempestades
Do meu ser...
Pegue carona nos raios de sol...
Que te levarão ao amanhecer!
Não beba da fonte obscura...
Onde se esconde a tristeza....
Nem toque os tons roxos de amargura...
Queimando como larvas de um vulcão...
Resgate dos meus olhos o brilho da lua
E no cantinho desabitado da alma...
Borde de estrelas meu coração!
Quando entrares no meu céu...
Perca-se nos labirintos,
Decifre de mim emaranhados ilegíveis
E introspectos...
Deixe meus sentidos sem sentido
Perdidos ao Léo...
Arranque de mim todos os beijos...
Quando entrares no meu céu!

Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 18/11/2009
Código do texto: T1930476

sexta-feira, 9 de julho de 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010


AMOR ESPIRITUAL!

Lembre de mim...
Quando escutar os mistérios da noite,
Nas matas clareadas de luar,
Nas calçadas da vida, no silêncio...
Do teu quarto quando for deitar!
Lembre...
Quando a alma do vento,
Sussurrar triste lamento,
Sou eu que te busco por inteiro...
E o corpo sozinho reclama,
Teu corpo comigo na cama...
Deitado no meu travesseiro!
Lembre... O dia termina
Á tarde o sol vai se por...
Se encante com toda beleza,
Encontre-me na natureza,
E lembre de mim...
Amor da alma... Eterno amor!

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 21/01/2008
Código do texto: T827253

IMPERFEITA!

Descubro-me aos poucos...
Na mesmice dos dias,
Na cegueira da vida,
Acorrentada ao prazer profano!
Eu buscando a mim mesma,
Eu carente do amor insano!
Dispo-me ao infinito...
Sem censura, sem pudor
Sou metade, quase um grito...
Sou o anjo que pecou!
Sigo, não sei aonde vou,
Sou vítima e réu,
Lua e céu...
Sou pedaço de uma alma que partiu,
E nunca mais voltou!

Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 11/12/2008
Código do texto: T1329597

terça-feira, 29 de junho de 2010


Eu e a Lua!

Um dia vesti-me com tua luz,
Fui nova e bela
Amante, amada, distribui carícias
Deslumbrando a noite, caçando estrelas
Senhora absoluta onde o destino se revela!
Um dia crescente...
Fui doçura, absolvi amor
Total dona da alegria
Fui da vida a esperança
Rosa abrindo-se, primavera em flor!
Um dia cheia... Atingi o ápice
Brilho intenso, presa nesse céu
Linda como a vida cheia de mistérios
Cheia de luar... Doce como mel!
Mas veio o tempo trazendo saudade,
Frágil brisa soprando distante...
Chegou o outono, secaram as folhas
Abraço a lua agora minguante!


Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 16/08/2009
Código do texto: T1756486

domingo, 27 de junho de 2010


VOZES DA NOITE!

Ouvi a voz da noite...
Cantar entre as palmeiras,
Abracei a solidão...
Eram lamentos, gritos, assobios,
Fazendo festa na escuridão!
No céu sem nuvens...
Não brilhavam estrelas,
Mas a natureza em prece...
Aquecia a vida,
Num turbilhão de emoção!
Enlevada na beleza, sorri outra vez,
Senti Deus... Vir de mansinho,
E sua mão, tocar a minha mão!
Era a voz da noite...
Cantando entre as palmeiras,
Cicatrizando mágoas antigas,
Libertando assim meu coração!


Rosário Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 05/04/2008
Código do texto: T932788

DO OUTRO LADO!

Estou do lado...
Onde o céu se confunde com o mar...
Trago comigo o engano da vida,
A maldade dos homens, a mentira e o ódio,
Por isso a saudade não quer me deixar!
Viajei pelos prados cobertos de rosas...
Não vi a beleza... Só a minha dor!
Morreram as flores, ficaram os espinhos...
E da lágrima fria, fiz o meu cobertor!
Os pássaros entoaram também uma bela canção...
Mas a revolta da vida prendeu os meus laços,
Quis ter meu amor só por um momento...
Sentir que era viva morrer em seus braços!
Aqui só sofri, roubaram meus sonhos...
E da bagagem terrena só trouxe a tristeza
Como vitral paralisado no olhar...
Moro do lado onde brilham as estrelas,
Mas quero voltar pro lado de cá!

(Inspirada por um espírito)

Rosario Cavalcante
Publicado no Recanto das Letras em 06/05/2008
Código do texto: T978240